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Natacha Magalhães apresenta, hoje, “A Viagem Mais Fantástica do Mundo”

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O livro “A Viagem Mais Fantástica do Mundo”, da escritora Natacha Magalhães, será apresentado, esta sexta-feira, na cidade da Praia. São 7 contos ilustrados com temas atuais, como as novas tecnologias e seus contras, onde cada um, procura transmitir valores essenciais. A aceitação, o medo, a importância de se estar em família e o sonho são aspetos levados em conta. A viagem também leva os mais pequenos aos principais patrimónios protegidos de Cabo Verde como, as salinas de Pedra de Lume, através de uma história que procura explicar, de forma lendária, a sua origem, o Monte Graciosa, uma lagoa conhecida como “Odje d´Mar” , n a ilha da Boa Vista, etc. A escritora faz uma clara alusão à aceitação e à valorização daquilo que é nosso. As ilustrações do livro ficaram a cargo Jaime Magalhães e Nayara Hernandez. A edição é da Livraria Pedro Cardoso. A apresentação da obra acontece esta sexta feira, às 17:30, na Biblioteca Nacional por Vera Figueiredo e Yasmin Tavares.  

Nubla Lua

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Nubla lua Parcialmente amada Profundamente profanada Teu corpo é templo, bela lua Em tempos honrado, Hoje, blasfemado Qual blasfema prazerosa! Gozos e gritos Profundos e íntimos Vai, vem, põe, tira, mete fundo, Balança, pica, pára, suspira! Não sangra nem machuca Cambaleia e morre como ondas Deixando espumas na areia

Uma Dama em Duas Noites - "A Dama das Camélias "

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Apenas duas noites. Duas noites completamente mergulhada nessa leitura. Com raras pausas forçadas e obrigatórias para a casa de banho. Nunca me envolvi tanto em uma leitura. Esta me faz perder a noção do tempo e do real. A Dama das Camélias é uma leitura maravilha. Um levanta véus à hipocrisia da sociedade parisiense da época de uma maneira única e espectacular.   Dumas consegue ser um crítico que defende claramente a posição das cortesãs, mostrando-se nem Deus  nem juiz. Este é um livro de múltiplas faces e múltiplas sensações. Um misto de ironia paradoxa, claramente vista e perceptível nas entrelinhas, chegando a ser óbvia a posição do autor. Uma pedrada muito bem dada à falsa moral e à decência. Capaz de arrancar lágrimas, suspiros e gargalhadas. Um livro que depois de lidas as páginas restam dias de profundas reflexões. Já tinha lido “Os Três Mosquiteiro” de Alexandre Dumas Pai. No entanto, “o tal pai tal filho” não se aplica a esses dois autores. Alexan

Biblioteca Nacional, Feira de Livros a Partir de 50 Escudos

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                                                                               Decorre, na Biblioteca Nacional de Cabo Verde, na Cidade da Praia, uma Feira de Natal com livros a partir de 50 escudos. A feira encontra-se aberta ao público das 10 às 17 horas e decorre até ao dia 22 de Dezembro.

A Voz De Um Sonho Prendido

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No último domingo, enquanto eu lia, sonolenta e triste, vagas visões invadiram meus devaneios. Nada dignos de serem memorados. Talvez ajustes de contas não feitos com meu íntimo.  Já quase adormecida oiço a voz de alguém, desconhecido e áspero.  - Senhora! – Disse a voz. - Sim!- respondi, como que para fingir não estar em embalo profundo. A voz se cala. Estava frio. E o fogo morria pouco a pouco na lareira. - Senhora! – Diz outra vez a voz, num tom infundido. Causando um ligeiro arrepio. - Estou aqui! – Replico - Quem é? - Uma visita pedindo asilo em seus pensamentos. Sou seus desejos contidos. Os sonhos que jogou fora por medo de conquistar. Pasmada e cheia de medo pergunto: -Porque é que apareceu, hoje, nestes trajes imundos, nesta aparência moribunda, vadia e repugnante? -Perdão senhora. Não quis assustá-la, nem apresentar-me nesta visão ultrajante e medonha. Ou talvez quisesse. Mas, na verdade, assim me guardou. Asqueroso e sujo. Na masmo

10 Leituras Obrigatórias Para Jovens Leitores Cabo-verdianos - Vera Duarte Pina

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Vera Valentina Benrós de Melo Duarte Lobo de Pina  nasceu em  Mindelo ,  a  2 de outubro  de  1952 . É  jurista  e  escritora  cabo-verdiana. Estreou na literatura em  1993 , com o livro de  poemas   Amanhã Amadrugada . Seu primeiro romance,  A  Candidata   ( 2003 ), recebeu o Prémio Sonangol de Literatura. Agora, a também presidente da Academia Cabo-verdiana de Letras, é “conselheira” da Bússola Literária. Quando pedimos 10 sugestões de leitura obrigatória para jovens leitores cabo-verdianos, prontamente, mostrou disposição. Eis as sugestões: 1- O Escravo - José Evaristo de Almeida 2-Chiquinho - Baltasar Lopes 3-Noite de Vento - António Aurélio Gonçalves 4-Contra Mar e Vento - Henrique Teixeira de Sousa 5-Os dois Irmãos - Germano Almeida 6-Semear em Pó - Fátima Bettencourt 7-Mornas eram as noites - Dina Salústio 8-A cabeça Calva de Deus - Corsino Fortes 9-Brumários (vol 1. "Brumário e Derivações do Brumário";  vol 2. "S

Há Coisas Na Vida Que Só Acontecem Por Um Momento

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Há momentos e momentos. É por isso que cada momento é um momento. Há momentos que só devem ser momentos e momentos que tornam momentos muito mais do que simples momentos. Há coisas na vida que só acontecem por um momento. Há amores de momento. Amantes de momento. Prazeres de momento. Amizades de momento. Momentos de amor que não passam de momentos. Amores que são mais do que apenas momentos. Há momentos que queremos amor por um momento. E momentos em que tudo que precisamos é de um amor de momento. Viva aos momentos! Palmas para os momentos que passaram e que passamos bem passado! Aplauso para os maus momentos, que nos ensinaram como agir em certos momentos e que nos mostraram o quanto valem os bons momentos. Viva aos momentos por vir! Porque não há nenhum momento igual ao momento que passa, nem tão pouco semelhante ao momento por vir. Há pequenos momentos que duram, e grandes momentos passageiros. Porque momentos são momentos. Num momento tudo pass

Declarações de amor à leitura: Apaixonei-me por Ti - Patrícia Varela

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Esta é uma carta de amor à leitura enviada por uma amante das letras e seguidora do blog. Patrícia Varela estuda jornalismo na Universidade de Cabo Verde. Leitora compulsiva, é apaixonada por Augusto Cury. Na carta  lê-se : "Já lá vão três anos de conhecimentos, três anos de muito amor e paixão. Já lá vão três anos de familiaridade e muito mergulho nas tuas, doces, palavras. Nesses três anos, aprendi contigo um leque de coisas. Contigo aprendi a viajar no tempo e imaginar o além.  Ao teu lado aprendi a conquistar os meus próprios sonhos. Aprendi a voar, a enfrentar o mundo e os desafios que dele advêm. Nas tuas, doces, palavras sonhei, sonhei em ser rainha para petiscar a vida. Um dia sonhei, sonhei que contigo fui ao deserto, sopraste no meu ouvido e fiquei perplexa. De repente dei conta, de que és o amor da minha vida, «a escola da vida».  Nesta «escola da vida em folhetos» aprendi que a «vida por si só é uma grande aventura, e que nada é tão belo

As 21 Leis do Aluno Bem Sucedido

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1- NÃO OFUSQUE O BRILHO DO MESTRE Faça sempre com que as pessoas acima de você (grandes professores e os ditos melhores alunos) se sintam confortavelmente superiores. Não exagere exibindo seus próprios talentos ou poderá conseguir o contrário inspirar medo e insegurança. Faça com que seus mestres pareçam mais brilhantes do que são na realidade e você alcançará o ápice do poder. 2-NÃO CONFIE DEMAIS NOS AMIGOS, APRENDA A USAR OS INIMIGOS Cautela com os amigos, eles o trairão mais rapidamente, pois são com mais facilidade levados à inveja. Estude com os alunos da linha da frente e aprenda com eles o máximo que puder. 3-OCULTE AS SUAS INTENÇÕES Mantenha as pessoas na dúvida e no escuro, jamais revelando o propósito de seus actos. Os seus planos académicos devem ser sempre ocultos. Não os revele. Nem aos seus amigos. 4-DIGA SEMPRE MENOS DO QUE O NECESSÁRIO Quando você procura impressionar as pessoas com palavras, quanto mais você diz, mais comum aparenta ser

Ler é magia - Carmen Araújo

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Quando a Evelise Carvalho (responsável por este blog tão construtivo) convidou-me para escrever um texto sobre a minha experiência com a leitura (as minhas referências, motivações), confesso que fiquei um tanto quanto confusa. "Como hei de fazer isto?", perguntei a mim mesma. Mesmo com essa dúvida a dar cambalhotas na minha cabeça, decidi aceitar - e foi preciso apenas 10 segundos para dizer "Sim, claro...com muito prazer". Fiquei com essa mesma dúvida até o momento em que comecei a escrever estas linhas. Desatei-me a imaginar os vários textos que eu já li, de vários escritores,  blogers , sobre o hábito de leitura. É que, realmente, não é tarefa fácil. Quando decidimos fazer algo do género, temos que ter em mente que não escrevemos apenas para transpor aquilo que sentimos como forma de dizer "pronto! As minhas experiências já foram digitadas, registadas, etc etc". Escrevemos, também, para despertar no leitor um sentimento semelhante ou igual ao que s

A Prostituta da Rua 27

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Moro há vinte anos na rua 27. Para ser mais clara, desde que nasci. A nossa rua sempre foi a mais calma da cidade e o nosso canteiro de flores, uma atração turística. Poucas almas percorrem a calçada à luz do dia, a não ser os passarinhos que fazem seu típico concerto mesclado ao raro barulho dos motores. A minha janela sempre foi o meu portal para a vista magnífica da cidade. De lá de cima, contemplo o panorama e dou vida aos personagens que pela rua passam. À senhora Rita, que passeia seu cachorro Bob às onze, ao senhor Manuel que lava seu carro todas as quintas, rigorosamente, às cinco da manhã e às outras   poucas criaturas cujas rotinas conheço de trás para frente.  Mas, a minha principal atração é a prostituta da rua 27. Como tinha dito, nossa rua é múmia à luz do dia, no entanto, o mesmo não acontece à noite. Mal o sol se deita, a rua acorda e enche-se de movimento. Um movimento silencioso e misterioso. Ela chega sempre às sete e meia, nem um minuto antes n

O Assassino de Si Mesmo

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Hoje, como nos outros dias, gritou. Mas, sempre gritava. Gritava num silêncio tão alto que nenhum de nós ouvia, m esmo no quarto ao lado. Estava sempre presente. Mas, não notávamos! Chorava em seu sorriso que disfarçava angústias e lágrimas. Gemia, tremia quando estava perto e ao mesmo tempo longe. Porque, nós, não o notávamos. Estava lá por todos. Consolava. Amava. Cuidava. Mas, não estávamos! Hoje, pela última vez gritou. Mas, sempre gritava! Socorria nossas angústias em busca de socorro. Perito na arte de estar perto sem ser notado, estava sempre acompanhado da solidão. Mas, não notávamos! Persistia em entrar pelas portas fechadas. Nós trancávamo-las. Era esbelto, bonito, puro, magnífico e sofrido. Poético na sua forma de ser, fechado e distinto. Mas, nunca notamos! Até ao momento em que resolveu não mais bater às portas trancadas. E gritou pela última vez. Desta vez o eco foi intenso. Mesmo em silêncio mor