Ela se matou em um Setembro amarelo
Imagem do Google |
Foi notícia em todos os jornais. Eu vi
aquelas imagens chocantes na televisão. E nas redes
sociais vários comentário e ondas de indignação. Mas para ela ninguém mobilizou
uma onda solidária ou qualquer marcha de reivindicação.
Ela era uma mulher forte e valente. Tive o prazer
de a conhecer pessoalmente, ver os seus incríveis projetos, sua aparente
alegria de viver e os seus sonhos de viagens mais excitantes.
É por isso que até agora penso o que pode fazer
alguém assim querer tirar a própria vida. Sempre a imaginei plena e ela era
inspiradora.
A sua morte foi dos suicídios mais macabros de que
alguma vez se falou nestas 10 ilhas. A forma como foram encontrados os seus
restos mortais foi aterradora. Eram fétidos e podridos, num estado de
decomposição que seguramente era o retrato perfeito de todo o podre que ela
guardava por dentro sem poder partilhar.
Nem os amigos, nem os familiares puderam explicar
ou apontar as razões que possam ter levado a essa tão grande e chocante
tragédia.
Encontraram-na num precipício à beira mar. Onde as
ondas dividem espaço com um majestoso castelo e arranham as pedras divagar e
sem fúria. Não tinha nada que ver com uma visão da realeza e no bilhete que
deixou, o seguinte: “Não apenas as princesas habitam os castelos. Os demónios
também vivem aqui”. Nunca fui capaz de interpretar estas palavras mas, certamente
revelam algo íntimo do seu ser.
Ainda quando vejo as suas fotografias,
questiono-me sobre o sentido da vida. Sobre o valor do amor e sobre até que
ponto realmente amamos ou nos importamos com quem está perto de nós. Imagino
porque é que não percebemos nenhum sinal, nenhum alerta, nenhum alarme. Tudo
tão subtil, tão desapercebido. Não percebemos as palavras soltas, nem soubemos
ler nas entrelinhas. Não que eu esteja a buscar culpados. Apenas tento perceber
como é que a vida pode ser um sopro tão fugaz.
Bem isso😢🥺
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