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“Eu esperava mais da literatura cabo-verdiana” - José Eduardo Agualusa

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José Eduardo Agualusa nasceu na cidade de Huambo, em Angola. Estudou Agronomia e Silvicultura. De ascendência portuguesa a brasileira, foi jornalista e editor. Seus romances já renderam prémios nacionais e internacionais. Sobre a literatura cabo-verdiana, o autor diz que esperava um progresso mais acentuado como aconteceu a nível da música, por exemplo . Quando é que descobriu, em si, o gosto pela escrita, decidindo: “tenho mesmo de escrever”? Eu acho que a gente acaba escrevendo por causa da leitura. O escritor é sempre um grande leitor. Eu me lembro perfeitamente qual autor é que me empurrou para a escrita. Foi Eça De Queirós. Eu li Os Maias , quando tinha 17 ou 18 anos e fiquei completamente arrebatado pelo Eça e assim fui ler toda sua obra. A partir daí, comecei a escrever. Nasceu aquela vontade e comecei a escrever nessa altura. Então, se tivesse que apontar um autor que admira e que o inspira seria o Eça de Queirós? Seria! Como é que se sentiu quando termin

O dia em que fui sexualmente violentada

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  Ele tocou meus seios sem permissão! Guardei este segredo por muito tempo, com medo de o contar. Mas hoje, mais do que nunca, estou disposta a despir-me completamente e mostrar todas as cicatrizes daquele coito sem permissão. Se for sensível o coração do leitor peço apenas que não continue leitura. Porque, hoje, vou expor sem medo verdades sórdidas daquela violação desmedida. Pense bem se quer saber os detalhes desta história e não continue se não tiver estomago para isso. Eu sei que os porcos estúpidos vão apedrejar-me. Afinal, “a culpa é sempre dela”. Com ou sem culpa vou desenterrar este fantasma. Eu! Porque daquele dia em diante fui apenas um fantasma. O meu marido, o homem com quem divido a cama, o amor e os sonhos, ficou desconcertado diante desta verdade aterradora. Agora, ele entende que o meu pudor não era inexperiência ou nojo e que as noites de amor com luzes apagadas escondiam medos e traumas. - Ele tocou meus seios sem permissão. – Disse eu ao meu marido, sem co

Ela se matou em um Setembro amarelo

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Imagem do Google Foi notícia em todos os jornais. Eu vi aquelas imagens chocantes na televisão.  E  nas redes sociais vários comentário e ondas de indignação. Mas para ela ninguém mobilizou uma onda solidária ou qualquer marcha de reivindicação. Ela era uma mulher forte e valente. Tive o prazer de a conhecer pessoalmente, ver os seus incríveis projetos, sua aparente alegria de viver e os seus sonhos de viagens mais excitantes. É por isso que até agora penso o que pode fazer alguém assim querer tirar a própria vida. Sempre a imaginei plena e ela era inspiradora. A sua morte foi dos suicídios mais macabros de que alguma vez se falou nestas 10 ilhas. A forma como foram encontrados os seus restos mortais foi aterradora. Eram fétidos e podridos, num estado de decomposição que seguramente era o retrato perfeito de todo o podre que ela guardava por dentro sem  poder  partilhar. Nem os amigos, nem os familiares puderam explicar ou apontar as razões que possam ter levado a essa tão gran